Esta cronica é um presente de Ano Novo para vocês. É um texto de Literatura Fantástica, contendo vários componentes do gênero.
Aviso: não é um texto infantil, apesar da ilustração.
Quem conseguir ler até o fim, por favor, coloque um comentário lá no fim da página, para que eu saiba o que está bom e o que não está. Quem não conseguir, me diga onde parou e porquê.
Muito obrigado e boa leitura.
Cera de ouvido
Eu estava lá. Na última missão do Coronel Blacksword. E acredito que
tive muita sorte, pois mudou minha vida radicalmente.
Ainda me lembro de cada detalhe, de cada palavra que foi dita naquele
dois de janeiro de 2221, um dia que entrou para a história e que antes disto
entrou definitivamente em minhas memórias.
Lembro que naquele dia acordei de ressaca, depois das comemorações do
Ano Novo dentro da nave, já que ninguém conseguiu autorização para desembarcar
no planeta.
Embora ainda faltasse um ano para 2222, o “All-Two-Year” que era
festivamente esperado por todos, aquele réveillon também foi muito especial.
Eu dividia um alojamento com o Jackson, o oficial auxiliar de
Telecomunicações da nave, que também tinha formação em Prospecção Espacial. Foi
ele quem descobriu a existência daquele planeta, e de certa forma era o
responsável pela nossa presença ali. A descoberta oficialmente foi creditada
para a Base de Pesquisas Espaciais de Júpiter, cuja única tarefa era pesquisar
planetas que pudessem conter água, depois que acabou a água potável da Terra.
Mas Jackson me confidenciou que foi ele o primeiro a encontrar os sinais de
ouro em abundância naquele planeta. Eu não tinha nenhum motivo para duvidar,
pois todos sabiam que ele realmente tinha vindo daquela Base, transferido
temporariamente para esta missão.
Havíamos partido da Base Militar de Saturno em três de dezembro, nove
naves militares mônicas, sendo que quatro eram cruzadores de combate e cinco
eram enormes naves cargueiras. Depois de viajar vinte dias à velocidade da luz,
entramos na orbita do planeta na véspera do Natal. Era estranho que todos ainda
se lembrassem destas datas comemorativas, que não faziam nenhum sentido no
espaço. Como Jackson dizia, isto é coisa de terráqueos terrenos. Sendo oficial
de Telecomunicações, ele sabia de outras culturas que também tinham datas
comemorativas, cada uma em seu calendário próprio, mas em nenhuma delas havia
uma unidade cultural como entre os terráqueos.
Eu não entendia metade do que ele falava, mas gostava dele
apenas por falar comigo. Recrutas em naves espaciais militares sempre foram
tratados como lixo. Principalmente nas que eram comandadas pelo Coronel
Blacksword.
(Trecho removido. Como este texto foi transformado em e-book, para atender as normas da Amazon não pode estar integralmente publicado aqui. Peço desculpas a quem ainda não leu. Mas não se desespere. O ebook ficou com aparencia profissional, e estou planejando lançar o mesmo conteúdo em formato de livro de bolso, em papel, edição para colecionador.
A edição completa está aqui: http://www.amazon.com.br/dp/B015ONAGBA).
* * *
O ano anterior ao All-Two-Year começou mudando minha percepção para
sempre.
Não tenho como saber o que é mentira e o que é verdade, mesmo tendo
estado lá.
Prefiro pensar que faço parte de uma espécie superior e que minha cabeça
contém uma substancia rara. Eu mesmo retiro os excessos, usando simples
cotonetes. Espero não perder a cabeça por causa disto.
Boa tarde, Clóvis, gosto de ficção científica e gostei do texto. Trocaria a velocidade da luz por algo mais veloz ( Como o Warp, por exemplo ). Elcio
ResponderExcluirOi, obrigado por me avisar. Fui verificar o que é Warp e conseguí esta explicação: Os cristais de moonium só são encontrados na Lua da Terra. Quando a agua secou, a maioria dos mineradores partiu para procurar agua no espaço, muito mais lucrativa, e a extração de moonium ficou prejudicada, encarecendo muito o preço do cristal. Naves movidas a base de moonium (mônicas) podem voar á velocidade da luz com pouquíssimo desgaste do cristal. Mas para voar em velocidade de dobra (Warp) o consumo de energia aumenta exponencialmente e os cristais precisam ser substituídos muito rapidamente. Quem tinha pressa em 2221 e precisava voar no hiperespaço usava naves movidas a plasma, outra tecnologia mais moderna que superava Warp 10. Num outro livro meu, uma engenheira formada em Propulsão Espacial vai explicar melhor como os dois processos funcionam. Estamos negociando o skill transfer, com finalidade literária.
ExcluirTexto interessante, mas em 2221 os sobreviventes não deveriam estar fruindo outra atmosfera, contextos e pensamentos apropriados ? Estamos falando de 2 séculos ahead, não? Será, segundo o autor,que a atual visão humana ainda prevalecerá , passados mais de 200 anos, ou apenas usou recursos da lógica e pensamentos atuais para tornar mais palatável aquela distante realidade ? Penso então que deveria conter mais elementos ficcionais.. Mas, continua bastante interessante..
ResponderExcluirMeus informantes dizem que a alma humana permanece sempre igual, mas que está se deteriorando com o passar do tempo. A destruição da atmosfera da Terra que acabou com toda a agua potável é consequência direta da ganancia desenfreada, do descaso e da incompetência dos administradores do planeta. Mas os humanos são uma espécie especial e conseguem se adaptar a qualquer situação, desde o dilúvio. Muitos fugiram para o espaço, onde tentam manter um padrão de vida semelhante ao que tinham antes da catástrofe, seja em naves ou em colônias espalhadas pelo universo. Outros permanecem no planeta, sobrevivendo como podem, reciclando agua e se alimentando de caranguejos e cascudos colossais, única caça disponível nos pântanos Amazônicos e outros pântanos menores. O cenário caótico vai começar a mudar na metade do século XXIV, mais ou menos em 2360, quando uma fonte de esperança será redescoberta.
ExcluirPS. Toda esta estória deverá ser contada em seis livros. Não tem espaço nesta crônica para incluir todos os elementos.
Obrigado pela participação.