domingo, 1 de dezembro de 2013

Volume 2 - O rapto de Alana - Amostra gratis (Alice Loren)

Calma, não se desesperem. O Volume 1 (O sorriso de Alana) foi enviado para a Editora e está em fase de editoração. Em breve estará sendo distribuído para cinco grandes livrarias, em formato papel, (ainda) não é e-book.
Enquanto Alana não sai para as ruas, estou finalizando o segundo volume, que será dominado em sua maior parte por seis personagens femininas. Não serão como as dos contos, mas todas as seis tem personalidades fortes e dominadoras.
Como amostra grátis, segue um capítulo do Volume 2 (O rapto de Alana) com uma das personagens. Espero que vocês gostem.
A foto não é da personagem, é da atriz italiana Sophia Loren, quando tinha 31 anos, a mesma idade da personagem descrita neste texto. (Fonte da foto: internet).
É o rosto que Jean Pierre NÃO viu.

Editado 2018: Toda a trilogia "Alana Ghosten e o novo mundo" está disponível na Amazon, como livro único ou individualmente. Os títulos foram atualizados:  "O sorriso da vampira", "O resgate da deusa" e "As viúvas do vampiro".


"Capítulo 40 — A coisa não vista

Em 1998 a situação na Argélia era muito delicada. Uma guerra civil estava acontecendo. Havia algumas evidências de que vampiros podiam estar envolvidos, promovendo carnificinas entre a população mais pobre e mais afastada dos centros civilizados. Investigações preliminares sugeriam uma possível formação de núcleos terroristas. Uma equipe de três agentes foi enviada de Paris para a região sudeste do deserto do Saara, seguindo algumas pistas deixadas por uma milícia local, para investigar a possível participação de vampiros. A ultima comunicação por rádio da equipe, feita na véspera, dizia que estavam próximos de localizar um covil, com pelo menos seis alvos.
A linda morena Alice estava apreensiva com aquela empreitada. Foi ela quem indicou Luí Gerard para comandar a missão, acompanhado de dois agentes sem muita experiência, pensando que seria apenas um passeio pelas areias do deserto. Uma simples investigação, nada perigoso. Mas alguma coisa no coração dela a estava sufocando. Ninguém na base podia sequer imaginar que estava tendo um caso com Luí Gerard. Qualquer relacionamento entre agentes era contra as regras da Organização e ela sabia da obrigação em dar o exemplo. Se qualquer outra pessoa soubesse, ela perderia o posto que ocupava e ainda complicaria a vida do Comandante Geral, Joseph Espério, um homem que acreditava muito nela.
As complicações começaram pela manha, na primeira hora do dia, quando leu os relatórios recebidos durante a madrugada. O ultimo vampiro interrogado na véspera, na Frigideira do Cairo, antes de fritar revelou que a milícia argelina estava sob influência de vampiros, e portanto aquelas pistas recebidas antes levavam para uma armadilha. Não deviam ter enviado investigadores, mas uma equipe completa de ataque. Luí Gerard e os dois agentes podiam estar seguindo para uma cilada.
Chamou pelo agente de comunicações daquele turno:
— Raphael, temos como chamar nossos agentes de volta, ou pelo menos avisá-los?
— Não senhora, estão no meio do deserto. O plano deles era seguir por terra, num Jipe, fotografar o local registrando as coordenadas para a equipe de ataque e voltar antes do sol se por.
— Então temos que enviar outra equipe de resgate e rápido. Quem está disponível agora?
— Aqui em Paris só temos um agente novato, o Henry. Para termos o mínimo protocolar de dois agentes, tenho que checar com Madri, Genebra ou Tel Aviv, mas pode demorar algumas horas até montarmos uma equipe.
— Não, é muito tempo. Chame o Henry, mesmo sem experiência ele é um agente treinado e pode servir como apoio. Temos mais alguém que pode ir agora mesmo.
— Quem, senhora?
— Eu. Tenho anos de experiência no campo, e estou bem treinada. Arranje um transporte com a Base d'Aéronautique Navale enquanto visto minha armadura e verifico meu armamento. Quero partir imediatamente, para resgatá-los antes que o sol se ponha.
A operação de resgate seguia um protocolo padrão, planejada como uma missão militar de precisão: dois agentes com equipamento de combate, com ordens para localizar a equipe em perigo, fazer meia volta e se proteger em algum local seguro.
Alice e o agente Henry, um rapaz recém chegado do Centro de Treinamento de Tel Aviv, partiram de Paris em um jato militar direto para o Akhamok Airport, vizinho da cidade de Tamanrasset, na Argélia. Estavam com equipamentos de combate padrão: armadura de liga leve super-resistente incluindo o capacete para ser usado em lutas corporais, espada curta extremamente afiada, duas facas de caça, equipamentos de espionagem para localização e outros apetrechos pequenos. Demoraram cerca de sete horas para cobrir o trajeto Paris-Saara. No Aeroporto de Tamanrasset já eram esperados por um helicóptero para levá-los ao deserto, seguindo o ultimo caminho conhecido feito pela equipe de investigadores em terra. Ainda tinham cerca de duas horas de sol para encontrar os agentes, antes que ficassem a mercê da noite e dos perigos que esta escondia.
Todos sabiam que o deserto é traiçoeiro, mas não esperavam dar de cara com uma tempestade de areia apenas cinquenta minutos depois da partida, interferindo nos motores do helicóptero. Por sorte tiveram tempo de localizar o Jipe dos investigadores, vazio, minutos antes de pousar. O piloto experiente naquele deserto informou que poderia decolar novamente, mas teriam que voltar para reparos, abortando a busca.
Alice foi contra:
— Vocês dois voltam. Vou continuar com o Jipe, até achar os rapazes.
— Mas senhora, já está quase escurecendo. Não é seguro. Esta região é habitada por tribos violentas que não gostam nem dos Tuaregs, o povo local, e podem estar dominadas por terroristas.
— Tenho que encontrar nossos agentes. Voltem ao aeroporto e enviem outra equipe por ar ou por terra para nos encontrar. Estaremos voltando neste Jipe. Deixarei um localizador ligado.
Henry tentou intervir:
— Eu vou com a senhora.
— Não, tenho mais chances se for sozinha. Quanto menor o grupo, mais fácil a fuga.
O experiente piloto também opinou:
— Talvez possamos fazer melhor. Vou requisitar um avião para resgatá-la. Existe uma pista clandestina a dois quilômetros daqui, mais a frente. É usada pelos terroristas, mas deixamos uma equipe de soldados a vigiando. Comporta até um jato pequeno. É o melhor jeito de sair rápido desta região depois que escurecer. No máximo estará aqui em uma hora.
— Entendido, vou achar nosso pessoal, depois sigo o barulho do avião, dois quilômetros para leste.
Não houve despedidas. O piloto e Henry embarcaram no helicóptero e partiram de volta. Ela foi examinar o Jipe. Ainda tinha cerca de uma hora de claridade. Deduziu que Gerard tinha seguido a pé na direção de uma formação rochosa, cerca de quinhentos metros para norte, no sopé das montanhas de Ahagar. Se deixou o veículo era porque pretendia surpreender alguém, ou pelo menos evitar o barulho.
Ao contrário dele, a intenção dela era chamar a atenção dos agentes, então subiu no Jipe, o ligou e dirigiu na direção das rochas, rapidamente. Não fazia diferença, pois o barulho do helicóptero era muito mais alto do que um motor de automóvel, e já devia ter alertado quem quer que se escondesse por ali.
Não precisou procurar muito. Mesmo com todo o treinamento e preparada para o pior, foi um choque encontrar três corpos escondidos entre as rochas. Os três agentes não tiveram nenhuma chance, sem armaduras e sem nenhum equipamento de combate pesado.
Precisou fazer um esforço enorme para não chorar e outro maior ainda para reunir forças e examinar os cadáveres. A missão deles tinha o objetivo de investigar e registrar a possível localização de um covil de vampiros. Vieram equipados apenas com equipamentos de investigação e registro. Ela mesma já havia participado de inúmeras missões deste tipo. Com a experiência adquirida ela logo identificou as marcas de mordidas nos corpos dos rapazes, embora também tivessem perfurações de lanças. Gerard estava com o pescoço quebrado, nos dois outros era a coluna vertebral. Típico modus operandi vampiro. Os agentes tinham encontrado os alvos, só não tiveram tempo de sair. Indicava a possível existência de alguma caverna por perto, pois os malditos sangue sugas nunca sairiam para aquele sol abrasador. As marcas de lanças e o local onde os corpos foram deixados indicavam que foram ajudados por humanos da tribo local. Os vampiros já tinham feito escravos.
Examinou mais detalhadamente os corpos, procurando pelos equipamentos de espionagem escondidos nas roupas. Câmeras e localizadores, usados para registrar coordenadas e fotografias dos últimos locais que os rapazes visitaram. Seriam úteis para as equipes de ataque, na operação para vingar os companheiros. Recolheu todos os equipamentos que encontrou, quando viu as sombras das rochas esticando assustadoramente. Os últimos raios de sol, se retirando.
Ouviu um barulho de avião ao longe. Correu para o Jipe, onde já colocou o capacete de batalha. Era desconfortável, mas ajudaria a chegar viva no avião. Ligou o motor e partiu em direção leste, rezando para não bater em nenhuma pedra ou cair em algum buraco.
Em poucos minutos já precisou ligar os faróis. O sol desapareceu atrás das montanhas e a escuridão envolveu tudo em volta. Os dez minutos seguintes foram apavorantes. Só havia percorrido um quilometro, a metade do caminho, quando uma lança se enterrou no assento do banco do passageiro, arremessada de algum lugar mais para trás. Se não estivesse sozinha, agora teria a companhia de outro cadáver. Imediatamente passou a dirigir em zigue-zague, se desviando de rochas e dunas de areia. Pelos cantos dos olhos, onde o visor do capacete permitia, viu indivíduos correndo a pé dos dois lados do Jipe, mantendo cerca de dez metros de distância.
Os malditos sangue sugas podiam correr muito mais rápido do que isto, então estavam brincando com ela, confiantes de que já tinham vencido a batalha. A única chance era chegar ao avião, sem entrar em pânico. Manteve o sangue frio e acelerou em linha reta, abandonando as evoluções. Viu o que pensou ser a silhueta da cauda do avião, iluminada pelos faróis, uns trezentos metros á frente.
Os perseguidores também viram, e aceleraram a corrida, deixando-a para trás. Tática clássica: atacar o piloto do avião para impedir qualquer fuga e dominar mais vítimas.
Pisou ainda mais fundo no acelerador, já sacando a espada que trazia na cintura, torcendo para que o piloto resistisse por alguns minutos.
Quando os faróis iluminaram a cena, pensou que tudo estava perdido. Havia dois corpos no chão, cada um cercado por dois vampiros. Um dos caídos se mexia, tentando se afastar dos atacantes, se arrastando de costas para debaixo do avião. O outro nem se mexia. Dois outros vampiros estavam em pé, a observando e a esperando. Seis alvos contra ela sozinha.
Apontou o Jipe direto para o avião, sem desacelerar. Viu a expressão de incredulidade no rosto dos vampiros que a encaravam.
Quando o choque parecia iminente, deu uma guinada no volante, fazendo o Jipe passar a centímetros do avião e saltou para cima dos vampiros incrédulos, que se desviaram no ultimo instante. A espada interceptou o pescoço de um deles na fuga, decepando uma cabeça. Ela caiu rolando na direção de outro que se abaixara, ainda tentando entender o que se passava. Enquanto estava abobalhado, ganhou uma faca de caça certeira bem no coração, manuseada por mãos experientes. A faca entrou e saiu provocando um chafariz de sangue, enquanto a dona ainda estava rolando.
A queda a lançou para baixo do nariz do avião. Conseguiu apoiar os pés no trem de aterrissagem e reverteu o impulso para saltar por cima do homem caído, na direção de um dos vampiros que o ladeavam. Atacou as pernas do indivíduo com a espada, fazendo um corte feio desequilibrando o monstro. O sujeito caiu sobre uma faca posicionada para entrar direto no peito. Desta vez a faca ficou presa.
Os outros três vampiros pareciam baratas tontas, ainda surpresos por estarem sendo atacados. Dois acordaram do torpor quase ao mesmo tempo. Um deles atirou uma lança na direção da mulher, a atingindo em diagonal na altura da costela, e foi desviada pela armadura. Ela conseguiu segurar o cabo da lança com a mão que estava livre e a virou em direção do segundo vampiro correndo na direção dela, talvez querendo esmurrá-la. Ele foi mais esperto, parando a centímetros da ponta, cerca de um metro na frente da atacante. O vampiro olhava para a ponta da lança, esboçando um sorriso cínico. Levantou o rosto e mal teve tempo de desistir do sorriso, quando a espada afiada atravessou mais um pescoço lateralmente, derrubando outra cabeça.
Um barulho estrondoso explodiu bem perto. O Jipe desgovernado sem motorista havia corrido por cerca de cem metros, se chocando de frente com uma enorme rocha, explodindo em chamas e iluminando tudo em volta.
Os dois vampiros remanescentes desapareceram. Ela podia ouvir os passos correndo pelo deserto, levantando poeira iluminada pelas chamas, seguindo para longe. Provavelmente se acovardaram e foram buscar reforços. A presentearam com alguns preciosos minutos.
Respirou fundo para reduzir a tensão. Foi examinar o corpo caído. Uniforme do exército local, morto devido a um profundo corte no pescoço. Não foi mordido. O segundo homem ainda estava se protegendo perto do trem de aterrissagem, trêmulo, mas vivo. Usava um uniforme de piloto francês. Ela tirou o capacete, espalhando os longos cabelos, e foi ver o estado dele:
— O senhor está bem? Foi ferido?
— Estou bem. Mas a senhora, é...
— Não, não sou a atriz e isto não é um filme. Consegue pilotar este avião?
— A... acho que sim. Quem são... digo, quem eram estes homens?
— Traficantes. Trabalham para terroristas. Vamos sair logo daqui, voltarão a qualquer momento.
O homem se levantou, cambaleante, olhando com expressão de pavor para as cabeças e as poças de sangue no chão.
— Tem alguns soldados por aqui, devem estar na outra ponta da pista. A estavam desobstruindo quando fomos atacados.
— O objetivo dos traficantes sou eu. Os soldados devem saber se cuidar. Ficarão mais seguros quando eu partir.
— Fui enviado para resgatar uma equipe de quatro pessoas. Estão com a senhora?
— Estão mortos. Só eu escapei. E se não sairmos rápido, não haverá sobreviventes...
Decolaram poucos minutos depois, apenas o tempo suficiente para as pequenas turbinas do MS 760 Paris, conhecido como o Jato de Bolso (The pocket jet), ganharem rotação.
Quando ganharam altitude, o piloto perguntou?
— Para onde estamos indo, Mademoiselle?
— Paris, vamos para a Base Naval, se esta aeronave tiver autonomia para chegar lá.
— Tem sim. A propósito, não tivemos tempo para as apresentações formais. Sou o Comandante Jean Pierre Bordeaux, o melhor piloto de caças Mirage que a França tem.
— Que sorte a minha, apesar desta nave não ser um Mirage. Sou Alice Loren, uma simples executiva.
— Senhora, tem algum...
— Não, minha aparência e meu sobrenome não têm nada a ver com a atriz. São apenas coincidências. O destino gosta de brincar comigo. Meu nome é de batismo, sou francesa. Sophia é italiana, e adotou o sobrenome quando já era quase adulta. A aparência é coisa do destino, nasci quando ela já tinha mais de trinta anos e não temos nenhum parentesco...
— Honestamente, não sei dizer qual das duas o destino quis homenagear, Mademoiselle...
— Outra coisa, Comandante. O senhor nunca me viu, esta missão nunca existiu, e nunca ouvi falar de traficantes ou terroristas.
Jean Pierre podia ver o cabo da espada ainda com alguns respingos de sangue, presa na cintura daquela linda e estranha mulher.
— Perfeitamente. A senhora não imagina as coisas que já vi, quero dizer, as coisas que nunca vi em minhas missões. Agora mesmo, este avião está aposentado sem poder voar a mais de um ano e eu não estou aqui. Oficialmente estou na cabina de um Mirage, acumulando horas de voo numa simples missão de reconhecimento aéreo sobre o Marrocos.
— O senhor parece de confiança, mas me desculpe, eu sou mais uma coisa que o senhor nunca viu.
Quando estavam para pousar, ela chamou a própria Base pelo rádio e pediu para um agente ir buscá-la. No carro, fez um rápido relatório do acontecido, entregou os equipamentos recuperados e ordenou a formação de três equipes de ataque, tão logo os equipamentos fossem decodificados.
Eram quatro horas da madrugada quando chegou ao apartamento, completamente esgotada, física e emocionalmente. Seguiu direto para o banheiro, tirou a armadura e ficou até o amanhecer sob o chuveiro, sentada nua no piso frio, abraçada nas próprias pernas e chorando convulsivamente.
Às nove horas estava entrando na base, usando um vestido preto justo, óculos escuros, cabelos soltos sobre os ombros, virando as cabeças de todos que a viam, homens e mulheres. Alguns agentes não acreditavam como podia ser tão fria, vindo trabalhar tão cedo depois de perder três agentes numa missão fracassada.
Foi diretamente para a sala dela, abriu todas as cortinas deixando o sol entrar, mas continuou usando os óculos por todo o dia. Seguiu a rotina normal, despachando documentos para liberação dos corpos para as famílias, inventando acidentes fatais para justificar as baixas, assinando liberação de indenizações trabalhistas e até recepcionou dois novos agentes, enviados por Tel Aviv: Pierre, um rapaz conhecedor de vários idiomas, útil como interprete, e Maciel, formado em arquitetura, que dificilmente poderia ter alguma serventia fora do treinamento como soldado, exceto trabalhar nos arquivos.
No final da tarde chegou o relatório da Argélia. Saldo da missão: vinte baixas humanas, incluindo o soldado na pista de pouso, sendo todos os outros colaboradores dos vampiros; seis baixas de agentes, incluindo os três investigadores da véspera e vinte alvos neutralizados, incluindo os quatro que ela mesma eliminou sozinha. Toda a região saneada, o que para os padrões dos Caçadores significava sucesso total. A notícia se espalhou pela base com a velocidade de um raio, e só então os agentes tomaram conhecimento dos detalhes do dia anterior.
Todos, sem exceção, passaram a admirar e respeitar ainda mais a Comandante da Base Paris, Alice Loren, a única comandante mulher de uma Base dos Caçadores, a única que partia pessoalmente para socorrer seus agentes, a única que sozinha eliminou quatro inimigos na mesma missão, a única que em menos de vinte e quatro horas reverteu uma missão fracassada num sucesso total, e a única que depois de tudo isto trabalhou o dia todo normalmente, linda e vaporosa como sempre. A comandante que com apenas trinta e um anos de idade e dois de comando, já revelava que se tornaria uma lenda.
Ninguém imaginava que a mulher Alice Loren usara óculos escuros todo o dia para esconder os olhos inchados e secos de lágrimas de tanto chorar, que estava com o coração dilacerado e oco, e que desesperadamente se atirava ao trabalho, numa tentativa de abafar qualquer sentimento que quisesse aflorar e traí-la.
Afinal, ela bem o sabia, não importa o que acontecer: a vida sempre continua. E no caso dos Caçadores de Vampiros, a morte também."

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